claudemir pereira

E se Jair Bolsonaro for para o PP? Veja o que pode acontecer por aqui

Em algum momento, Jair Bolsonaro terá de se decidir por um partido. Como ninguém o imagina fora da disputa presidencial do próximo ano, precisará, necessariamente, filiar-se a alguma agremiação. Aparentemente, conforme os analistas nacionais, quanto mais passa o tempo, menor o cacife do capitão para fazer exigências da sigla que lhe abrigar.

Relembrando. Brabo com o PSL, pelo qual se elegeu, se mandou e virou independente. Seus filhos com mandato federal, em disputa no próximo ano, estão hoje abrigados no PSL paulista e no Patriotas carioca. Ambos à espera da definição do pai.

Frustrada a ideia de formar um partido todo seu, o Aliança pelo Brasil, em tempo de concorrer, o objetivo primeiro era entrar num em que as ordens totais seriam dele, com direito a definir diretórios estaduais e candidaturas a governador, entre outras exigências.

Ou o partido que o queria era muito minúsculo ou não pretenderia ceder tamanho poder. Logo de cara, portanto, descartou-se o Republicanos, do qual é donatária a Igreja Universal. E aí, aparentemente, o caminho agora está limitado a duas possibilidades. Uma, o PTB. Nesse, sim, os Bolsonaros poderiam mandar e desmandar. Ocorre que não tem capilaridade nem quadros suficientes. Mas ainda é uma hipótese importante.

E chega-se ao que interessa para esta coluna: a possibilidade concreta de que Jair Bolsonaro retorne a uma sigla que já foi sua, o PP. Mesmo, claro, sem aquele poder todo, e correndo o risco de ser traído por lulistas pepistas do norte-nordeste.

De todo modo, se a decisão for esta, a encrenca não será pequena no Rio Grande do Sul. Significaria uma adesão explícita a Luis Carlos Heinze, seu aliado no PP, para o governo do Estado, deixando ao relento seu fiel escudeiro Onix Lorenzoni, hoje no DEM e amanhã, talvez, no União Brasil. Difícil (se bem que é politica) crer que o deputado ministro resolva abrir mão de concorrer ao Piratini. É um pepino de bom tamanho para resolver.

E em Santa Maria? Aqui, tudo ok com os pepistas, mas como ficam Tony Oliveira (PSL) e Manoel Badke (DEM)? Ficarão no União Brasil e contra Bolsonaro? Ou irão para o PP, do qual pelo menos Badke é hoje adversário?

Enfim, eles (e vários outros militantes graúdos do bolsonarismo local, exceto os do PP) estão com o cabelo em pé, a espera da decisão do mito. Qualquer que seja, haverá consequência na província e na comuna.

A ressaca pela ESA e a resposta necessária

RESSACA - É ainda muito cedo, e as feridas precisam ser curadas. Mas também não vai demorar muito tempo a ressaca. Nem pode. Sim, a perda da Escola de Sargentos das Armas (ESA) doeu. E muito. Igualmente, porém, não é menos verdade que a "derrota" nessa disputa para Recife, do ponto de vista estritamente político, é a hipótese dolorida menos dolorida.

Inclusive porque afasta (será mesmo?), exceto para os de sempre, a história de que a decisão do Exército (e de Jair Bolsonaro) foi política (e não foi?). Afinal, Pernambuco não é exatamente, muito pelo contrário, um reduto direitista ou ligado ao presidente.

Bem pior, como disse alguém graduado do Centro Administrativo, se fosse para o Paraná do governador Ratinho Júnior. De todo modo, Santa Maria terá de buscar outras formas de superação desse trauma. Como? Passadas 48 horas do anúncio, obviamente, ainda ninguém sabe. Mas é preciso alguma coisa, que ninguém duvide.

A RESPOSTA - Observando o cenário e a forma como o governo da comuna está a se desenvolver nesses primeiros 10 meses, é possível no mínimo imaginar de onde pode vir uma postura que, mais que sublimar a derrota, tenha o condão de subvertê-la.

Ela virá do Distrito Criativo e das propostas para o Centro Histórico. Hoje sob o comando do vice Rodrigo Decimo, deverá ser cuidada também de perto pelo prefeito Jorge Pozzobom a partir de agora. Inclusive com o acréscimo de projetos, como a resolução do problema de drenagem na Rua 24 Horas e a reconstrução da Praça Saldanha Marinho, Casa de Cultura incluída. A conferir.

Além da convicção, a busca é pelo voto destro-conservador

O colunista tem certeza absoluta que os vereadores João Ricardo Vargas e Roberta Pereira Leitão, ambos do Progressistas, não são ignorantes. Longe disso, ostentam inteligência política indiscutível.

Vai daí, noves fora o fato de que devam mesmo acreditar que a obrigatoriedade da exigência da vacina para eventos e locais diversos não seja uma boa, com absoluta certeza também estão se colocando no mercado eleitoral direitista santa-mariense e gaúcho.

Sim, nunca é demais lembrar que ambos se colocam como prováveis candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa. Vargas é o ficha um do partido na boca do monte, como já declarou à coluna o presidente do PP, Mauro Bakof. E Roberta, inclusive para ajudar na campanha de Luis Carlos Heinze, também estaria disposta, segundo o dirigente da agremiação, a concorrer a deputada.

Enfim, parece claro ao escriba que ambos, não obstante eventual opinião antipassaporte vacinal - que não se sustentará se qualquer um deles desejar viajar ao Exterior - a estratégia eleitoral está posta. Queiram ou não, disputam os votos negacionistas, cuja quantidade é impossível de prever neste momento. Talvez, e isso só se saberá mais adiante, não haja votos para dois. Talvez.

Em tempo: se percebia, no Legislativo da boca do monte, que outros parlamentares chegaram a ensaiar um movimento na mesma direção conservadora. Mas ficaram para trás. Ou voltaram atrás. Não se sabe ainda. De todo modo, pelo menos nesse momento, Vargas e Roberta não têm concorrentes santa-marienses.

LUNETA

REITORES

Abonada pelo deputado Valdeci Oliveira, filiou-se ao PT a ex-reitora do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), Carla Jardim. O ato teve direito a anúncio nas redes sociais com um punhado de comentários. Aliás, como o reitor da UFSM, Paulo Burmann, é filiado ao PDT, já se sabe ao menos em quem os dirigentes educacionais não votarão em 2022, para presidente da República.

CARA E JEITO

Tem demonstrado inusual atividade nas redes sociais o secretário de Licenciamento e Desburocratização, Ewerton Falk. Ainda filiado ao DEM, a cada dia que passa, tem mais cara, jeito e atitude de candidato em 2022. Provavelmente, é a aposta, buscará vaga na Assembleia. Só o que talvez nem ele ainda saiba é por qual sigla, uma vez que o DEM desaparecerá e seria incerta sua adesão ao União Brasil, o sucedâneo.

DÚVIDA

Dia deste, o deputado Giuseppe Riesgo criticou a prefeitura, em manifestação contrária aos controladores de velocidade. Não se sabe ainda se foi um hiato ou passará a mesclar opiniões sobre questões locais com as que lhe são habituais, e que dizem mais respeito à agenda econômica liberal. Por fim, ainda resta descobrir se tem algo a ver com eventual ideia de participar do pleito municipal de 2024.

ADVOGADOS

Tem tudo para ser bem animada a eleição da nova direção da subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Péricles Lamartine Palma da Costa não concorre a presidente e duas chapas se formaram. Tem todo o jeito de disputa ideológica, sobretudo porque um dos campos que concorre tem tão claras digitais destras que o outro lado, pelo contraste, gostando ou não, virou canhoto.

PARA FECHAR!

O fato é que gritos e sussurros silenciosos (se isso é possível) se seguiram à publicação de matéria, pelo colega Maurício Araajo, que revelou, com direito a foto e tudo, a entrega, por líderes bolsonaristas locais, de um retrato do presidente da República, ao futuro reitor da UFSM. Seja ele/a Luciano Schuch, Martha Adaimes ou Cristina Nogueira, integrantes da lista tríplice presentes na imagem divulgada.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Quarteto de projetos de lei sem relevância, mas muito barulhentos

Próximo

Churrascada, jantar e dissidências: a disputa pelo comando da Câmara

Claudemir Pereira